Na poesia do caos II

 

Lembro me de certa vez falar desse meu altar

hoje percebendo a grande tragédia cometida lá

um certo ser não sobreviveu e vagou por aí

Aos cacos,

sangrando,

inconsciente.

Um fantasma convicto de sua escapada

caminhando em direção ao nada

Manchando o lugar por onde passava.

O céu a cima de sua cabeça cabisbaixa

cintilante na cor acinzentada

Nuvens tão pesadas aos olhos que enxergavam meio turvo.

A jornada embaçada por um denso nevoeiro começou a sufocar

Nada alí parecia a mesma coisa

O sangue jorrando,

a estrada penumbra

e a santa.

A ilusão era quase impossível

Uma santa, quem dera imaginar.

Um fantasma vívido de sorrisos falsos

desarmado e desalmado em desejos carnais,

em sentimentos banais

dilacerando a si mesmo

com as próprias mãos.

Parado alí, no mesmo quilômetro que iniciara a jornada

um choque, um embrulhar no estômago

desejo ambíguo de morte e vida

deparou se com o seu altar novamente surrado

Em cores fortes de vermelho.


J. Eric

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